O ser humano em sua complexidade se comporta de modo único. Estudando um pouco sobre o comportamento humano descobri-se que o ser humano usa de um mecanismo muito eficaz para driblar o sofrimento e a frustração. É o que a psicologia chama de RACIONALIZAÇÃO. Coisa que será muito comum amanhã quando o mundo tiver acabando.

“A racionalização é um mecanismo de defesa, parte consciente e parte inconsciente, no qual as falhas e os erros são perdoados e desculpados, tanto para o próprio sujeito como perante os outros, de modo a que seja preservada a autoestima do sujeito. É uma forma de aceitar a pressão do superego, de disfarçar os verdadeiros motivos e de tornar o inaceitável mais aceitável. Enquanto obstáculo ao crescimento, a racionalização impede a pessoa de aceitar e de trabalhar com as forças motivadoras genuínas, apesar de menos recomendáveis”.

Sabendo que o mundo terá seu fim amanhã, dia 21 de dezembro de 2012, que desculpa a humanidade apresentará a Deus por ter deixado, por exemplo de: ter amado mais as pessoas; ter se esforçado mais para preservar o planeta e usufruir com sensatez o que Deus nos oferece através dele; ter brigado por uma sociedade mais justa; ter falado palavras de consolo, afeto e incentivo para seus pares; ter dito “te amo” para sua esposa e filhos; ter acreditado – quando lhe falaram – num Deus que criou o universo; ter assistido menos TV e dado mais atenção aos amigos e vizinhos; em fim, ter feito a vida melhor pra si e para os outros. De repente, RACIONALIZAR seja a saída para o nosso fracasso. Eu num queria me salvar mesmo! Diremos.

Mas como quem vive de passado é museu e o que nos resta é apenas aquilo que está á frente, encaremos a realidade. Sim, pois o mundo terá seu fim e tudo que conhecemos não será mais como é. Para onde irão nossas casas que tanto batalhamos pra edificar? Com quem ficará meu carro que “dei o sangue” pra pagar? E a TV de LED que cobicei? E o piso novo que coloquei? As roupas que eu comprei pro natal, de que me servirão? É nessa hora de incerteza que olhamos pra trás e dizemos: “VAIDADE, tudo foi vaidade!”  Acabaram-se as esperanças, é o fim! E o que devemos esperar agora, a que podemos nos agarrar para termos um pouquinho só de conforto nesta hora?

Estamos prestes a descobrir se esse negócio de Deus e Jesus tem fundamento, tomara que não, só assim, se o mundo não acabar amanhã, teremos todo o tempo do mundo pra planejar as festas de Natal e Ano Novo e preparar o espírito para o Carnaval que trará talvez toda essa euforia de fim de mundo como um tema no enredo de alguma escola de samba carioca.

Por Eduardo Alexandre