Embora seja bíblico
compartilhar abertamente de uma reunião da igreja, você estaria rompendo a
liturgia caso tentasse fazer algo tão ultrajante! Logo seria considerado “fora
da ordem” e lhe diriam, “comporte-se ou fora!", a ordem protestante de
adoração estrangula a direção de Jesus Cristo!
O culto inteiro é dirigido por um homem. Onde está a
liberdade para que nosso Senhor Jesus fale através de Seu Corpo a qualquer
momento? De que forma, na liturgia, Deus poderá dar a um irmão ou irmã uma
palavra para compartilhar com toda congregação? A ordem de adoração não permite
tal coisa. Jesus Cristo não tem a liberdade de expressar, através de Seu Corpo,
Sua direção. Ele é mantido cativo por nossa liturgia! Ele também é transformado
em um espectador passivo!
Naturalmente, talvez Cristo possa expressar-se
através de um ou dois membros da igreja, usualmente o pastor e o músico
principal. Mas esta é uma expressão bem limitada. O Senhor está impedido de
manifestar-se através dos outros membros do Corpo. Por conseguinte, a liturgia protestante
deforma o Corpo de Cristo tornando-o monstruoso. O Corpo de Cristo fica com uma
língua gigantesca (o pastor) e um montão de pequeninos ouvidos (a congregação)!
Isto viola a visão de Paulo do Corpo de Cristo onde cada membro funciona na
reunião da igreja pelo bem comum.
Para muitos cristãos, o culto dominical é
extremamente chato. É sempre a mesma ladainha sem nenhuma espontaneidade. É
altamente previsível, bem superficial, e completamente mecânico. Há pouco ar
fresco ou inovação.
A ordem da adoração dominical é um violino de apenas uma
corda que permanece congelado pela imobilidade por cinco séculos. É o mesmo “espetáculo”
a cada semana. Dito sem rodeios, a liturgia personifica o poder ambíguo da
rotina. E a rotina se degrada em
hábito. O qual se converte em cansaço. Enfim,
algo insalubre e sem sentido.
Igrejas atentas ao seu “índice de audiência” tem
reconhecido a natureza estéril do culto moderno. Como resposta, elas
incorporaram uma grande quantidade de media e modernizações teatrais na
liturgia. O argumento que utilizam é que estão promovendo a adoração aos que
não são membros. Utilizando o que há de mais moderno em tecnologia eletrônica,
tais igrejas têm obtido êxito em inflar a massa. Como resultado, elas acabaram
angariando a maior parcela do mercado [da fé] mais que toda tradição
protestante na América do Norte.
Contudo, apesar do entretenimento, até mesmo o
movimento das igrejas que atuam em função de seus “indicadores” não conseguiu
livrar-se da pró-forma litúrgica protestante, imóvel, sem imaginação, sem
criatividade, inflexível, ritualista, sem sentido. O culto, portanto, continua
cativo pelo pastor, o tripé “sermão, hino, apelo” permanece intacto, e a
congregação prossegue na condição de espectadora muda (só que agora está mais
entretida nesta condição).
A liturgia protestante, que você observa (ou agüenta)
a cada domingo, ano após ano, na realidade dificulta a transformação espiritual.
Isto se deve a três fatores:
1) estimula a passividade,
2) limita o funcionamento, e
3) implica que investir uma hora por semana é o
segredo da vida cristã vitoriosa.
Cada domingo você assiste ao culto para ser atendido,
enfaixado e reconduzido, como todos os demais soldados náufragos. Todavia, isso
nunca se realiza. A razão é bem simples. O NT nunca relata esse tempo que cada
um de nós passa sentado em um ritual calcificado, que nós mal etiquetamos como “igreja”,
como algo que tenha algo a ver com transformação espiritual.
Crescemos quando funcionamos não quando olhamos e
escutamos sentados passivamente.
Trecho do livro "Cristianismo Pagão", Frank A.Viola.
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