Estamos em maus lençóis. Entenda
por “estamos” todos nós que nos dizemos cristãos e, portanto,
seguidores de Jesus Cristo. Ou não está ficando muito feia a série
infindável de escândalos envolvendo líderes gospel ávidos por
fama, sucesso, muito dinheiro e poder terreno?
Há pouco tivemos o caso dos
passaportes diplomáticos, dados “sem motivo” para algumas
lideranças gospel; a “guerra santa” gospel versus
homossexuais, encabeçada por um certo pastor televisivo; a
publicação de fortunas de líderes gospel televisivos, feita pela
Revista Forbes; a nova moda da liderança gospel bem sucedida, que é
ter seu próprio jatinho particular; filho de pastor americano
televisivo idolatrado pela liderança gospel tupiniquim, que saiu
batendo num deficiente auditivo que tentava apenas se aproximar do
pai gospel famoso em busca, talvez, de uma cura ou “unção”
especial; e agora temos:
Pastor
é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos (fonte:
Folha de São Paulo)
Gente, essa notícia deveria ser
reverenciada por todo o mundo!!! Afinal, biblicamente falando, o que
é um pastor?
- É um líder espiritual capaz de dar sua vida para cuidar e salvar seus liderados (João 10.11);
- É alguém capaz de trazer de volta ao bom caminho aqueles que estão perdidos (1 Pedro 2.25);
- É uma pessoa com grande empatia, capaz de se comover com a realidade do seu próximo (Mateus 9.36);
- É aquele que se preocupa em prover e em proteger aos que estão a sua volta (Salmo 23.1 e Isaías 40.11).
Enfim, um pastor segundo a Bíblia
é alguém que tem tudo a ver com direitos humanos, talvez a pessoa
mais indicada para presidí-la. Então por que houve tantos protestos
pela escolha do Pr. Marco Feliciano para a Presidência da Comissão
de Direitos Humanos e Minorias da Câmara?
O Pr. e Deputado Federal Marco
Feliciano é mais um dos adeptos da diabólica e antropocêntrica
(sim, pois serve ao diabo e ao homem) Teologia da Prosperidade,
aquela que diz que Deus é obrigado a dar todo o ouro e a prata da
qual é dono para aqueles que fazem os sacrifícios financeiros
impostos por seus sacerdotes. Como adepto de tal teologia, Marco
Feliciano aprendeu bem as técnicas de manipulação das massas, com
o fim de lhes tirar o que têm de melhor (em sua visão): seus bens
materiais e financeiros.
Pr
Marco Feliciano e outros deputados evangélicos votaram contra o
salário mínimo de R$600. Confira a lista completa (fonte:
Gospel Mais)
Em 2011, vários pastores, entre os
quais o Marco Feliciano, votaram contra o aumento do salário mínimo.
Esses pastores não recebem por mês um salário mínimo. Esses
pastores ganham muitos e muitos salários mínimos por mês, das mãos
de gente rica e de gente bastante humilde, e tanto uns como os outros
o fazem confiando nas promessas do “deus mordomo dono do ouro e da
prata” que eles lhes pregam.
Quem não vive de salário mínimo,
e não se importa com famílias inteiras que vivem apenas com ele,
não aparenta se importar com as necessidades dos outros. Hoje o
salário mínimo é R$ 678,00 (teve aumentos, apesar desses
“evangélicos”). O que se faz com apenas R$ 678,00 em um mês,
sr. Marco Feliciano?
Nós, seres humanos normais,
achamos o salário mínimo menos que mínimo, pois não abrange as
necessidades de uma família. Mas para Marco Feliciano o mínimo está
mais do que bom, e ainda sempre sobra 10%
mais ofertas que devem ser entregues nas mãos dos ungidos sacerdotes
da prosperidade.
Isso é ter empatia (se colocar no
lugar), se comover e ter cuidado com o próximo?
Deputado
federal diz no Twitter que “africanos descendem de ancestral
amaldiçoado” (fonte: UOL Notícias)
A prima-irmã da Teologia da
Prosperidade é a tal da Batalha Espiritual e Cura Interior, um
modismo gospel que prega que Jesus não tem poder de libertar
ninguém. Para os adeptos dessa também demoníaca e antropocêntrica
doutrina, a pessoa só é liberta das maldições que carrega por
causa dos seus pecados e dos pecados de seus antepassados se passar
por uma série de rituais e unções, além de ter que confessar e
repudiar TODOS os seus pecados e TODOS os pecados dos seus
antepassados. Se sobrar um pecadinho que seja, a maldição continua
e os demônios continuarão atormentando o fiel. Ah, mas a pessoa não
se lembra dos pecados cometidos pela tataravó que nem chegou a
conhecer? Problema da pessoa, segundo tal doutrina diabólica e
aprisionadora.
Crente nessa doutrina indigesta, o
Pr. Marco Feliciano assumiu para si um dos pensamentos dos mórmons:
que a maldição que Noé jogou sobre os descendentes de seu filho
Cam recaiu sobre os africanos, ou seja, sobre os negros. Como o Presidente da Comissão dos
Direitos Humanos pode acreditar numa coisa dessas? Uma vez que ele
vai trabalhar diretamente com casos de abusos de direitos também de
negros como agirá, já que, em sua crença, os negros passam por
dificuldades e humilhações por VONTADE DIVINA, uma vez que
receberam, segundo Feliciano, a maldição dele?
Onde essa esdrúxula doutrina se
enquadra no pastor segundo a Bíblia?
Poderia escrever mais, mas chega.
Eis uma pessoa que não se preocupa com o próximo, com os humildes,
com os pobres, tentando mesmo assim lhes tirar o possível e o
impossível em troca da concretização de promessas de cura e
riqueza, próprias da Teologia da Prosperidade (mas se preocupa muito
consigo mesmo e seu bem-estar, a ponto de por vaidade se repaginar
por inteiro e viver confortavelmente); que prefere agradar ao seu
partido político e aos conchavos dos bastidores de Brasília a
aprovar um aumento no salário mínimo que poderia ser vital na
provisão de tantas famílias por esse país; que entende que, por
suas crenças provindas de adulteradas interpretações bíblicas,
algumas etnias são amaldiçoadas de nascença e por isso devem
sofrer por vontade divina.
Eis a descrição que é TOTALMENTE
CONTRÁRIA À DO PASTOR SEGUNDO A BÍBLIA. E é também totalmente
contrária à de alguém que mereça presidir uma comissão tão
importante como a dos Direitos Humanos e Minorias.
Uma pena que mais uma vez o
Evangelho de Jesus Cristo está sendo jogado na lama e pisado em
cima. Sim, pois mais uma vez vemos alguém que se intitula pastor se
prestando a esse triste papel. Em troca de acordos políticos que
visam colocar o PSC e o nome do Pr. Marco Feliciano em evidência,
talvez para tentar um cargo maior mais à frente (se os evangélicos
continuarem crescendo como estão, em alguns anos estarão aptos a
eleger até um presidente da República), aceita-se a apoiar o
governo naquilo que for necessário.
JUDAS VENDEU A CRISTO POR TRINTA
DINHEIROS; OS JUDAS DO NOSSO TEMPO O VENDEM POR BEM MENOS QUE ISSO.
Mais triste ainda é que devem
estar fazendo campanhas e mais campanhas contra a “perseguição”
que os evangélicos (nessa hora somos nós – na hora de rachar o
dinheiro, é só entre “eles” mesmos) estão passando nesse país.
Será que veremos o dia em que um
PASTOR SEGUNDO A BÍBLIA mostrará ao Brasil as verdadeiras essências
do Evangelho?
Deputado
evangélico luta contra o trabalho escravo (fonte: Rádio
Sudoeste FM)
Para não ficar só nas críticas,
temos o exemplo de alguém envolvido na política, evangélico e que
ainda luta pelos direitos humanos à luz da Bíblia. É o deputado
estadual paulista Carlos Bezerra Jr., autor do projeto que prevê o
fechamento de empresas que exploram o trabalho escravo.
Milhares
pedem na web a destituição de pastor (fonte: UOL Notícias)
Leiam a reportagem na íntegra. Mas
abaixo o último parágrafo, que talvez explique tudo:
“Curiosamente, o pastor Everaldo
[presidente do PSC] informa que os Direitos Humanos choveram na horta
do PSC por acaso. ‘Essa comissão veio parar nas nossas mãos
porque não cumpriram acordo conosco. Era para continuarmos na
presidência da Comissão de Fiscalização e Controle, como foi em
2011 e 2012. Não cumpriram e, no final, sobrou Direitos Humanos ou
Comissão de Participação Legislativa. Escolhemos a primeira.” Se
o Congresso fosse feito de vidro, talvez houvesse mais cuidado.’”
Fica claro que a escolha não se
deveu a atributos e competências do Marco Feliciano sobre o assunto
de direitos humanos, e sim por puro e deslavado conchavo político?
E ainda se dizem cristãos… mas
não seguem o exemplo de integridade e amor de Jesus Cristo.
Fonte:
http://estrangeira.wordpress.com/
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